O Professor Corujão continuou falando sobre o Cristo, explicando o sentido do martírio final.
– Esta posição, do Cristo, converteu-se num símbolo eterno. A sua morte foi uma demonstração de violência, mas também do contrário: o de que a violência pode não ser eficaz. E não foi, porque o Cristo é que ficou para todos os tempos, e os seus torturadores é que ficaram mal com a História. Tanto a violência como homens violentos têm passado pela História. Deixam sulcos profundos, mas que terminam por cicatrizar e com o tempo não passam de notícias. Notícias que o tempo controverte ou apaga. O exemplo do Cristo não foi possível ser apagado, até hoje.
O Burro, que estava atento, falou com desalento:
– Que pena ! Creio que se tal exemplo fosse dado para nós, considerados inferiores, teríamos aprendido muito mais.
O Professor Corujão estava calado. E o Rato confirmou:
– Uma pena, mesmo. Não tenho dúvidas de que teríamos aprendido muito mais.