Quando o Burro chegou com o pombo, então, cuidadosamente, a cápsula foi posta numa das suas perninhas. O Professor Corujão teve o cuidado de amarrar um laço de fita, cor-de-rosa, no seu delicado pescoço, para despertar alguma atenção. E depois procurou certificar-se se o pombo poderia conhecer o local que homem desejava. E ouviu do próprio homem:
– Eles são tão treinados que o único obstáculo é atravessar as montanhas. Avistando a planície e a cidade ele se dirigirá para lá de qualquer modo pois o rio o atrairá, movido pela sede.
Em seguida o Professor Corujão, já com o pombo todo arrumado, dirigiu-se para a janela da casa. O Burro parecia inquieto e desejando falar alguma coisa.
O Professor Corujão não se conteve:
– O que lhe aflige? Não vê que estamos com o tempo passando?
O Burro, muito inquieto, não se conteve:
– Esquecemos de colocar alguma mensagem sobre o que aconteceu com o homem e o seu avião.
O Professor Corujão riu e se desculpou, escrevendo outra mensagem. Mas o Burro continuou inquieto e falou :
– E se antes do pombo chegar ao seu destino algum homem-caçador, desavisado, abatê-lo, sem saber do que se trata?
O Professor Corujão parou, de repente. O homem deu clara demonstração de inquietação. Todos se entreolharam. O Professor Corujão permaneceu sério, com o pombo na mão, olhando para o céu. Depois voltou-se para todos, e em especial para o homem e soltou o pombo, que voou, ligeiro, ganhando as alturas para, em seguida ainda aparecer transpondo as montanhas azuis.
Então o Professor Corujão falou para todos:
– O que poderíamos fazer está feito. O problema agora, feliz, ou infelizmente, é dos homens !..